Hackaton Agrotech 2025
Publicado em 3 de setembro de 2025
A chamada para o Hackaton
Fiquei sabendo sobre o Hackaton Agrotech 2025 por um colega professor que já havia participado de outros eventos semelhantes. A princípio, empolguei-me com a ideia de participar, porém, com a correria do dia a dia, ela acabou ficando em segundo plano.
Duas semanas antes do evento, meu coordenador me enviou uma mensagem, perguntando se teríamos condições de encarar este desafio. Na hora, pensei: "Por que não? Vai ser uma experiência nova e interessante para os alunos". Aceitei o desafio e comecei a organizar tudo.
Galeria



A síndrome do impostor
Quando comecei a montagem da equipe, a ansiedade bateu forte. Será que eu conseguiria liderar meus alunos? Será que eles iriam gostar da experiência? Será que eu estava preparado para isso? Essas perguntas me deixaram inseguro, mas decidi seguir em frente. Pedi ajuda a Deus e confiei tanto na minha capacidade de aprender e me adaptar quanto no apoio que estava recebendo do meu coordenador e do meu parceiro de trabalho.
A montagem da equipe
Com a ajuda do meu parceiro de trabalho, Irineu, começamos a pensar em quais alunos convidaríamos para se juntar a nós nessa aventura. Queríamos alunos comprometidos, criativos e dispostos a aprender. Após algumas conversas, conseguimos formar uma equipe.
Após a formação da equipe e alguns convites que foram recusados, chegamos a um grupo de 9 alunos. A empolgação era grande, mas também havia um certo nervosismo no ar.
Correria para organizar toda a documentação e recursos
Com a equipe formada, começamos a organizar toda a documentação necessária para a inscrição no Hackaton. Além disso, tivemos que providenciar materiais para os alunos, como notebooks, já que nem todos possuíam o equipamento necessário e em condições de uso para este desafio. Foi uma correria, mas conseguimos deixar tudo pronto a tempo.
Neste ponto, gostaria de agradecer ao meu coordenador, Marcos Cresciulo, que deu um apoio fundamental na organização e logística, e ao diretor da escola SESI de Osvaldo Cruz, Alicio Souza, que nos ajudou com o empréstimo dos notebooks para os alunos que necessitavam.
Chegada ao evento
Tudo pronto e organizado, depois de uma semana de muito trabalho e com o cansaço já grande, partimos para o evento. Como foi sediado no Colégio Apolo, em Osvaldo Cruz, e a maioria dos alunos também mora na cidade ou em municípios vizinhos, a chegada correu bem. Retiramos nossas credenciais, conhecemos o local e nos acomodamos. Era hora de montar nossa estrutura para os próximos dois dias de muito trabalho.
Chegamos com várias ideias, mas...
Chegamos ao evento com algumas ideias em mente, mas logo percebemos que o desafio era maior do que imaginávamos. As ideias iniciais foram sendo descartadas uma a uma, até que chegamos a um ponto onde parecia que não conseguiríamos avançar. Foi um momento difícil, mas decidimos não desistir. Fui para casa na noite de sexta-feira pensando em como poderíamos encontrar uma solução.
Quando descobrimos que não era tanto sobre programação
Quando montamos a equipe, pensamos que o foco seria na programação e no desenvolvimento de soluções tecnológicas. No entanto, durante o evento, percebemos que o mais importante era resolver uma dor do nosso público-alvo, validar nossas ideias e criar um MVP (Produto Mínimo Viável) que atendesse às necessidades do desafio proposto. Isso mudou completamente nossa abordagem e nos fez repensar nossa estratégia.
Neste momento, tivemos várias conversas produtivas com alguns dos mentores do evento, que nos ajudaram a entender melhor o que era esperado de nós. Eles nos explicaram a importância de focar na solução do problema, em resolver a dor do cliente, e não apenas na tecnologia em si. Isso foi um divisor de águas para nossa equipe.
O clique que mudou o jogo
Depois de muita reflexão e discussão, tanto com a equipe quanto com os mentores — entre eles, destaco a Fernanda Batista, que nos fez sair da zona de conforto; o Matheus Oliveira, que nos ajudou a enxergar melhor a dor do cliente; e a Patricia Reiners, que nos trouxe uma visão de engenheira agrônoma, mostrando algumas limitações, inclusive de legislação —, tivemos um momento de clareza. Percebemos que poderíamos combinar e simplificar algumas das ideias que tínhamos para criar uma solução mais viável e que resolvesse a dor do cliente. Esse "clique" nos deu um novo ânimo e nos fez acreditar que poderíamos realmente fazer algo incrível.
Com a ajuda de um dos mentores, Christopher Menoni, que nos apoiou e nos colocou em contato com lideranças do setor agrícola da região, conseguimos validar nossa ideia e obter um feedback valioso. Isso nos deu a confiança necessária para seguir em frente e começar a desenvolver nosso MVP.
Desempenho dos alunos
O desempenho dos alunos foi simplesmente incrível. Eles se dedicaram de corpo e alma ao desafio, trabalhando longas horas, muitas vezes até tarde da noite, para desenvolver nossa solução. A criatividade e o comprometimento deles foram inspiradores. Cada um trouxe suas habilidades únicas para a mesa, e juntos conseguimos superar os obstáculos que surgiram pelo caminho.
Aqui, não posso destacar um aluno individualmente, já que todos foram muito importantes para o sucesso da equipe. Mas posso dizer que fiquei muito orgulhoso de ver como eles cresceram durante o evento, aprendendo novas habilidades, enfrentando desafios e colaborando uns com os outros.
Desenvolvimento, trabalho, ensaios e mais ensaios
Uma vez validada a ideia, começamos a trabalhar no desenvolvimento do MVP. Dividimos as tarefas: uma subequipe ficou responsável por desenvolver o MVP e uma landing page para o nosso projeto, enquanto a outra se encarregou do pitch e da apresentação final.
Neste ponto, as coisas começaram a se materializar, e a ideia foi tomando forma, virando um projeto de verdade, com um MVP entregável e pronto para ser apresentado aos jurados. A partir daí, focamos na apresentação e no treino exaustivo do pitch, uma das partes mais importantes de um Hackaton.
A hora do pitch
Frio na barriga e ansiedade definem este momento. Depois de tanto trabalho e dedicação, finalmente chegamos à hora de apresentar nossa solução para os jurados. Ensaiamos várias vezes, ajustamos detalhes e nos preparamos para responder a qualquer pergunta que pudesse surgir.
Duas alunas apresentaram o pitch, uma como titular e outra como reserva, para que, caso ocorresse algum imprevisto com a titular, a reserva assumiria imediatamente. Ambas estavam muito bem preparadas e confiantes. A apresentação foi um sucesso, apesar de termos estourado o tempo de 3 minutos quando ainda faltavam dois tópicos para a conclusão.
Mesmo assim, as perguntas dos jurados foram muito bem respondidas pelas alunas, que não fugiram do assunto e mostraram domínio do tema. Agora era só terminar de assistir às apresentações dos outros grupos e aguardar o resultado.
Divulgação dos resultados e premiação
Quando fechamos o grupo de alunos para participar do Hackaton Agrotech 2025, nosso objetivo principal era a experiência e o aprendizado. Claro que queríamos ganhar, mas sabíamos que o mais importante era o processo e o crescimento de cada um.
Em uma reunião na sexta-feira pela manhã, no dia de início do evento, reuni os alunos e pedi-lhes apenas três coisas: que se dedicassem e entregassem o seu melhor; que respeitassem os colegas, demais participantes, mentores e organização, mesmo que ocorressem divergências; e que se divertissem, aproveitando cada momento dessa experiência única.
Voltando à cerimônia de premiação, quando foi anunciado que ficamos em 2º lugar, a alegria foi imensa. Todos comemoraram juntos, abraçando-se e vibrando com a conquista. Foi um momento inesquecível. Nosso objetivo inicial foi superado em muito, e ficar com a segunda colocação em um evento disputado, que havia mais de 10 equipes participando, foi uma vitória e tanto. As outras equipes tinham pessoas com experiência no mundo do trabalho e em startups, enquanto a maioria dos nossos alunos nunca tinha participado de um evento assim.
O mérito dos nossos alunos foi gigantesco!
Lições aprendidas e compartilhadas com os alunos na volta à escola
No próximo dia de aula que tivemos, fiz questão de reunir os participantes com os colegas de classe para que houvesse uma troca de experiências. Cada aluno pôde falar sobre o que aprendeu, os desafios que enfrentou e como os superou. Foi um momento muito rico de aprendizado para todos, inclusive para mim. Também aproveitei para compartilhar algumas das lições que aprendi, como a importância de validar ideias, focar no cliente e trabalhar em equipe.
Ao final, foi uma experiência incrível que me motivou a querer dar o meu melhor no dia a dia, tanto como professor quanto como pessoa. Ver o crescimento dos alunos e o impacto positivo que essa experiência teve em suas vidas foi gratificante e me fez perceber o quanto é importante sair da zona de conforto.
Agradeço a toda a equipe do Hackaton Agrotech 2025 pela organização impecável e pelo apoio durante todo o evento. Foi uma experiência que jamais esquecerei e que certamente repetirei no futuro.
Finalmente, agradeço a Deus por me proporcionar uma experiência tão maravilhosa e por confiar a mim a missão de liderar esses jovens talentosos. Estendo minha gratidão ao apoio fundamental do meu coordenador, Marcos Cresciulo; do diretor, Alicio Souza; e do meu parceiro de trabalho, Irineu de Souza, que contribuíram imensamente para o sucesso desta jornada.
Link da landing page do projeto: Agro Solutio